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Equipe de Comunicação Solo Network
| Sep 24, 2025
Microsoft Fabric é uma plataforma unificada de análise de dados end-to-end, lançada em 2023, que integra diversas soluções de dados e inteligência em um único ambiente Software como Serviço (SaaS). Concebida na era da IA, a plataforma reúne tecnologias como Power BI, Azure Synapse Analytics, Azure Data Factory e Azure Data Lake (OneLake) em um só ecossistema, incorporando também recursos avançados de IA generativa.
O objetivo estratégico é eliminar silos de dados e unificar a análise para que as organizações transformem dados brutos em insights acionáveis de forma mais rápida, simples e integrada. Essa visão unificada atende desde demandas operacionais até decisões de nível estratégico, alinhando-se às iniciativas de transformação digital das empresas – inclusive no Brasil, onde a adoção do Fabric representa um salto importante na modernização das organizações nacionais.
Em 2024 e 2025, o Fabric vem recebendo atualizações constantes em recursos e desempenho, ampliando sua presença global e local. A disponibilidade em regiões como Brasil reforça o compromisso com o mercado brasileiro, permitindo às empresas nacionais aproveitar a plataforma com baixa latência e conformidade local.
Arquitetura unificada e componentes principais
A arquitetura do Microsoft Fabric se baseia no conceito de Data Lakehouse, unindo as capacidades de data lakes e data warehouses. O OneLake – construído sobre o Azure Data Lake Storage (ADLS) Gen2 – funciona como um data lake unificado nativo da plataforma, servindo como repositório central de dados para todas as cargas de trabalho.
Isso significa que todos os dados da empresa residem em um único lago de dados acessível, evitando silos e duplicações. O OneLake atua de forma similar ao OneDrive (só que para dados), provendo um namespace único por inquilino que se estende por múltiplos workspaces, regiões e até múltiplas nuvens.
Através do recurso de Shortcuts, o Fabric permite montar (referenciar) dados externos no OneLake sem necessidade de migração ou cópia, facilitando compartilhamento de dados entre sistemas e reduzindo custos de armazenamento duplicado. Acima do OneLake, o Fabric integra vários serviços e workloads de dados em uma só plataforma SaaS. Entre os componentes principais do Fabric (cada qual voltado a um tipo de workload ou usuário) estão:
Power BI – plataforma de business intelligence e visualização de dados, agora totalmente embutida no Fabric. Permite conectar fontes de dados, modelar e visualizar informações e compartilhar relatórios interativos com segurança. No Fabric, o Power BI aproveita o OneLake como fonte nativa e pode consultar dados diretamente no lakehouse em modo DirectLake, fornecendo desempenho próximo ao de importação sem necessidade de duplicar os dados.
Data Engineering (Engenharia de Dados) – ambiente de análise de dados em larga escala com Spark, integrado ao Fabric. Permite a criação de notebooks e jobs Spark para processamento de grandes volumes de dados. A integração nativa com o Data Factory possibilita orquestrar notebooks e jobs Spark em pipelines agendados, unindo engenharia de dados e ETL em um só lugar.
Data Factory (Integração de Dados) – serviço de ETL/ELT dentro do Fabric, oferecendo uma experiência moderna de integração de dados para ingestão, preparação e transformação de dados de diversas fontes. O Data Factory do Fabric incorpora a simplicidade do Power Query e disponibiliza mais de 200 conectores nativos para fontes on-premises e em nuvem, permitindo conectar bancos de dados corporativos, aplicações SaaS, arquivos, APIs e muito mais de forma no-code/low-code.
Data Warehouse – serviço de armazenamento analítico SQL dentro do Fabric, sucessor da experiência do Synapse Data Warehouse. Armazena os dados no formato aberto Delta Lake e possui arquitetura de computação separada do armazenamento, o que permite escalar ambos de forma independente conforme a demanda. Essa flexibilidade garante desempenho alto em consultas SQL de grande porte, sem sacrificar a eficiência de custo, e suporta o conceito de lakehouse ao armazenar tabelas direto no data lake.
Real-Time Analytics (Inteligência em Tempo Real) – conjunto de recursos para análise de dados em streaming e eventos. Inclui o EventStream (para ingestão de eventos em tempo real, por exemplo de IoT, logs, filas etc.) e o Real-Time Analytics Lake baseado em tecnologias como Kusto (Azure Data Explorer) para consultas analíticas em grandes volumes de dados de eventos.
O Real-Time Warehouse permite armazenar streams processados. Esse workload possibilita extrair insights de dados em movimento, integrando ingestão, processamento e visualização em tempo real. Um Real-Time Hub com diversos conectores sem código facilita a captura de dados de streaming e sua integração ao catálogo do Fabric de forma governada.
Data Activator (Ativador de Dados) – experiência no-code para monitorar dados em tempo real e disparar ações automáticas com base em condições ou padrões detectados nos dados. Por exemplo, o Activator observa métricas em dashboards do Power BI ou fluxos de eventos e, quando os dados atingem certos limiares ou apresentam anomalias, ele executa automaticamente ações predefinidas – como enviar alertas (Teams, e-mail), acionar fluxos do Power Automate ou registrar eventos no sistema.
Esse recurso funciona como um “sistema nervoso digital” da organização, permitindo respostas proativas em escala sem necessidade de intervenção manual ou criação de soluções customizadas de monitoramento. Assim, usuários de negócio conseguem definir regras de forma simples (ex.: "avisar o gerente se as vendas caírem 10% em determinada região") e o Fabric se encarrega de monitorar e agir, aumentando a agilidade operacional e reduzindo dependência de TI.
Data Science – ambiente integrado para ciência de dados e machine learning dentro do Fabric. Conecta-se de forma nativa com o Azure Machine Learning, possibilitando que cientistas de dados construam, treinem e publiquem modelos de ML com experimentação rastreada e repositório de modelos gerenciado.
Os dados do OneLake podem ser enriquecidos com previsões desses modelos diretamente no Fabric, e então consumidos em relatórios do Power BI. Isso permite às empresas evoluírem da análise descritiva para insights preditivos e prescritivos sem sair do ecossistema unificado.
Industry & Partner Solutions – além dos workloads padrão, o Fabric suporta workloads específicos da indústria ou soluções de parceiros, que podem ser plugados na plataforma (por exemplo, soluções analíticas prontas para setores como finanças, saúde, etc.). Esses módulos aproveitam a infraestrutura comum do Fabric, mas entregam valor especializado de acordo com casos de uso do setor.
Todos esses serviços são apresentados em uma interface única e coesa. O Fabric foi desenhado com foco em experiência unificada do usuário: por exemplo, os profissionais podem navegar entre um pipeline de dados e um dashboard de BI dentro do mesmo portal, compartilhar objetos (datasets, tabelas, modelos) entre diferentes workloads e reutilizar ativos facilmente sem precisar exportar/importar dados.
Cada workload é ajustado às necessidades de um perfil (engenheiro de dados, cientista, analista etc.), mas todos compartilham o mesmo ambiente, segurança e armazenamento. Essa unificação elimina a complexidade de integrar ferramentas distintas – o Fabric já vem com as integrações feitas, pronto para uso como um full stack de dados na nuvem.
Do ponto de vista de governança e administração, a plataforma oferece gestão centralizada. Permissões, políticas de acesso e rótulos de sensibilidade aplicados a dados são herdados automaticamente por todos os artefatos e serviços dentro do Fabric. A solução Microsoft Purview (governança de dados) está embutida no Fabric, fornecendo catalogação, lineage (linhagem dos dados) e compliance de forma nativa.
Graças a isso, os administradores podem definir políticas uma única vez e ter certeza de que elas serão consistentes em relatórios do Power BI, notebooks, pipelines, lakehouses, etc., sem esforço adicional.
Orquestração simplificada de dados e pipelines
Um dos grandes benefícios do Microsoft Fabric para as empresas é a simplificação na orquestração de dados em todo o ciclo de vida, da ingestão à análise. Tradicionalmente, construir pipelines de dados complexos envolvia conectar múltiplas ferramentas (por exemplo, um ETL separado, um data lake, um armazém de dados distinto, e assim por diante) com esforços grandes de integração e manutenção.
Com o Fabric, essa orquestração torna-se muito mais fluida e unificada: todos os passos ocorrem dentro da mesma plataforma, com ferramentas que conversam nativamente entre si. O Data Factory integrado permite orquestrar fluxos de dados de maneira visual e produtiva – por exemplo, uma empresa pode extrair dados de um ERP local, combinar com dados de um CRM SaaS e carregar tudo em tabelas Delta no OneLake, agendando essa pipeline para rodar diariamente. Usando mais de 200 conectores prontos, usuários conectam fontes heterogêneas sem codificação pesada.
Além disso, o Fabric incorpora o mecanismo do Power Query para transformações de dados no estilo self-service, o que acelera a preparação de dados com fórmulas e interface familiar aos analistas de negócio. Todos esses processos de ingestão/ETL podem ser agendados e monitorados centralmente, com alertas e logging integrados. Importante destacar que, por trás dos panos, o Fabric executa essas cargas de trabalho em infraestrutura gerenciada na nuvem – eliminando a necessidade de gerenciar servidores de ETL ou clusters manualmente.
Outro aspecto-chave é a integração direta entre os diferentes workloads para fins de orquestração. Um exemplo disso é a sinergia entre Data Engineering (Spark) e Data Factory: notebooks Spark desenvolvidos pelo time de data engineering podem ser inseridos como etapas em pipelines de Data Factory, permitindo agendar o processamento avançado de forma coordenada com outras etapas de ETL. Por exemplo, um notebook PySpark que faz limpeza e agregação em um grande conjunto de dados pode ser configurado para rodar diariamente via Data Factory, e logo após sua execução, automaticamente acionar um fluxo que atualiza um dataset do Power BI ou treina um modelo de ML.
Tudo isso sem o usuário ter que integrar manualmente serviços separados – a orquestração end-to-end está disponível out of the box no Fabric. Em cenários de streaming e tempo real, o Fabric também facilita a orquestração. A funcionalidade de Real-Time Intelligence inclui um hub de eventos (Eventstream) onde é possível configurar a ingestão de eventos de diferentes fontes em tempo real (como sensores IoT, logs de aplicações, filas de mensagem) usando conectores pré-construídos.
Esses eventos em fluxo podem ser transformados em tempo real (por meio de janelas de agregação, filtros, etc.) e armazenados em um warehouse otimizado para dados de série temporal ou em lakehouses do OneLake. Em seguida, as informações podem ser visualizadas instantaneamente em dashboards de streaming no Power BI, fechando o ciclo em segundos ou minutos, ao invés de horas. Assim, o Fabric orquestra pipelines de streaming de ponta a ponta sem que a empresa precise montar soluções customizadas com múltiplos produtos (por ex., Kafka + Spark Streaming + um banco NoSQL + integração no BI – tudo isso é fornecido dentro do Fabric).
Além de integrar dados e processos, o Fabric também orquestra ações orientadas por dados de forma automatizada via o Data Activator. Esse componente observa continuamente os dados (sejam métricas de um relatório de BI ou eventos que chegam pelo Eventstream) e quando uma condição de negócio pré-definida é atendida, inicia ações correspondentes.
Por exemplo, imagine orquestrar o seguinte fluxo sem escrever código: "Se o volume de vendas em tempo real cair abaixo de X em determinada região, então enviar um alerta no Microsoft Teams para o time regional e acionar automaticamente um fluxo de reabastecimento via Power Automate". No Fabric, isso é configurado graficamente no Data Activator – a plataforma cuida de “escutar” os dados e disparar a resposta em segundos, garantindo que as operações do negócio reagam aos insights praticamente em tempo real.
Essa orquestração de ações fecha o loop entre insight e ação, algo que normalmente exigiria integrações customizadas entre sistemas de BI, monitoramento e automação.
IA Generativa e Copilot: simplificando a inteligência avançada
Um diferencial do Microsoft Fabric é a incorporação nativa de IA generativa para potencializar a análise de dados e facilitar o uso de inteligência artificial no dia a dia das empresas. A iniciativa mais notável é o Copilot in Fabric, um assistente de IA (baseado em modelos de linguagem da família GPT, via Azure OpenAI Service) integrado à plataforma.
O Copilot permite que usuários interajam com os dados e ferramentas do Fabric em linguagem natural, recebendo ajuda inteligente em diversas tarefas de análise. Na prática, o Copilot simplifica e automatiza etapas que antes exigiam conhecimento técnico aprofundado. Por exemplo, um analista de negócios pode simplesmente pedir em linguagem simples: "Gerar um relatório das vendas por região neste trimestre e destacar tendências anômalas", e o Copilot será capaz de criar visualizações e dashboards automaticamente a partir dos dados disponíveis.
Além disso, a IA também consegue entender a intenção do usuário, buscar os dados relevantes no Fabric (respeitando as permissões) e propor insights visuais – acelerando enormemente o tempo para obter respostas.
Da mesma forma, um engenheiro de dados pode solicitar: "Escreva um pipeline que integre os dados de vendas com as metas trimestrais e a previsão de estoque" e o Copilot pode gerar código ou fluxos pré-configurados no Data Factory para realizar a tarefa, que depois o engenheiro revisa e ajusta conforme necessário. Além de gerar relatórios e pipelines, o Copilot também auxilia na exploração de dados ad-hoc.
Usuários podem fazer perguntas diretamente aos dados (Chat with your data), e o modelo de IA entende a pergunta e retorna uma resposta baseada nos dados corporativos, podendo inclusive criar visualizações temporárias ou apontar histórias que os dados revelam. Essa capacidade democratiza o acesso à inteligência: mesmo executivos ou profissionais de negócio sem expertise em SQL, Python ou DAX podem extrair valor do lago de dados usando perguntas em português ou inglês, pois o Copilot faz a intermediação entre a linguagem humana e as consultas técnicas.
Vale ressaltar que o Copilot no Fabric está alinhado com práticas de IA responsável e segurança – ele herda as mesmas permissões de acesso aos dados (não revelando informação que o usuário não deveria ver) e respeita políticas de conformidade, já que está integrado ao ambiente Microsoft (com compliance corporativa). O Microsoft Fabric também incorpora IA generativa em outros pontos: por exemplo, na preparação de dados, a plataforma pode sugerir fórmulas ou transformações no Power Query usando linguagem natural, descrevendo o que a transformação faz; na documentação de artefatos, pode resumir automaticamente pipelines ou modelos para facilitar entendimento; e em cenários de data science, os modelos generativos podem ser aplicados a enriquecimento de dados (como gerar textos resumindo conjuntos de dados ou preencher metadados ausentes).
Toda essa integração de IA visa aumentar a produtividade dos profissionais de dados e ampliar o acesso à análise avançada. Como mencionado em documentação oficial, o Fabric “embute recursos de IA (Copilot) em sua stack para acelerar a jornada dos dados”, automatizando tarefas e fornecendo sugestões inteligentes.
Em termos estratégicos, a IA generativa integrada ao Fabric significa que as empresas podem aproveitar capacidades de IA de ponta sem precisar de infraestruturas separadas ou equipes especializadas em cada projeto. Por exemplo, um time de marketing pode, dentro do Fabric, perguntar quais fatores mais influenciaram as vendas online no último mês, e obter rapidamente um insight gerado por IA apontando correlações, sem acionar um longo projeto de data science.
Isso simplifica radicalmente o uso de IA nas decisões diárias – algo crucial para empresas que buscam ser data-driven mas muitas vezes esbarram na falta de mão de obra especializada. Com o Fabric, a IA vira parte orgânica da análise de dados: acessível, conversacional e sempre pronta a ajudar, permitindo que insights preditivos e prescrições sejam incorporados às análises de forma natural.
Governança de dados e compliance integrados
Para empresas brasileiras, a governança de dados e a conformidade regulatória são fatores críticos em qualquer plataforma de dados – e o Microsoft Fabric endereça isso de forma abrangente.
Por ser uma plataforma unificada, o Fabric consegue implementar controles de segurança e compliance de maneira uniforme em todo o ecossistema de dados, facilitando a adoção em setores altamente regulados (como finanças, saúde, governo) que operam sob leis como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). De acordo com análises do setor, o alto nível de compliance e segurança oferecido pela Microsoft torna o uso do Fabric compatível com legislações como a LGPD e protocolos internacionais de privacidade, facilitando sua adoção em ambientes regulados no Brasil.
Na prática, o Fabric integra nativamente o Microsoft Purview para prover catalogação, classificação e linhagem de dados em todo o ambiente. Cada dataset, relatório, tabela ou pipeline no Fabric pode ser automaticamente indexado no catálogo do Purview, permitindo que a organização saiba que dados possui, de onde vieram e quem os está usando – fundamental para transparência e auditoria.
Dados sensíveis como informações pessoais podem ser detectadas e rotuladas, e então políticas de acesso (por exemplo, mascaramento de dados confidenciais) são aplicadas de forma consistente em todos os níveis. Como mencionado, configurações de segurança (permissões de acesso a workspaces, datasets, etc.) são herdadas por todos os componentes: se um usuário tem acesso a determinados dados, ele poderá consumi-los tanto no Power BI quanto em um notebook Spark; se não tem, nenhuma ferramenta do Fabric dará acesso indevido.
Essa abordagem unificada reduz as chances de configuração errônea (um dos maiores riscos de vazamento é discrepância de permissões entre sistemas diferentes) e diminui o trabalho administrativo, já que não é necessário gerenciar listas de controle de acesso separadamente em múltiplos produtos. Outra funcionalidade forte de governança no Fabric é o registro de auditoria centralizado.
Todas as ações – quem visualizou um relatório, quem exportou dados, quem publicou um novo pipeline – podem ser auditadas através do portal de administração. Isso ajuda as empresas a atender requisitos de compliance (p. ex. registro de atividades conforme exigido pelo Banco Central ou pela ANS em saúde). Também há integração com o Microsoft Entra (Azure AD) para gestão de identidades e com o Defender for Cloud / Security Center, trazendo as mesmas políticas de segurança em nuvem (como MFA, acesso condicional) para proteger o acesso aos dados.
Em termos de compartilhamento de dados com terceiros de forma governada – um cenário comum em ecossistemas de negócio – o Fabric introduziu recursos para compartilhamento externo seguro, permitindo que dados em um OneLake de uma organização sejam compartilhados “in-place” com outra organização, sem necessidade de cópia. Esse compartilhamento externo respeita todas as políticas definidas, garantindo que mesmo colaborações interempresariais mantenham conformidade e rastreabilidade. Essa capacidade é especialmente relevante no contexto brasileiro onde, por exemplo, órgãos públicos podem precisar compartilhar dados entre si ou com parceiros de pesquisa sob regras estritas de segurança.
Escalabilidade e otimização de custos
Na medida em que as empresas expandem suas iniciativas de dados e inteligência, a escalabilidade e o custo tornam-se pontos críticos. O Microsoft Fabric foi concebido para escalar dinamicamente de acordo com as necessidades, ao mesmo tempo em que pode reduzir os custos operacionais em comparação a abordagens tradicionais fragmentadas.
Em termos de arquitetura técnica, o Fabric aproveita todo o poder da nuvem Azure para escalar tanto em volume de dados quanto em carga de trabalho de processamento. O uso de armazenamento delta no OneLake e a separação entre computação e armazenamento no engine SQL permitem que data warehouses e lakehouses escalem praticamente sem limites – é possível aumentar recursos de computação para acelerar consultas pesadas ou adicionar nós de Spark para processar big data, sem precisar duplicar dados ou reestruturar pipelines.
Essa elasticidade garante que, desde pequenas startups até grandes corporações, o Fabric consiga atender à demanda: ele suporta desde megabytes até petabytes de dados, e desde alguns usuários simultâneos até milhares, ajustando a infraestrutura automaticamente (especialmente em sua versão SaaS gerenciada).
A distribuição global de datacenters da Microsoft também contribui, permitindo que cargas de trabalho possam ser atribuídas a regiões próximas dos usuários ou das fontes de dados para performance ideal – no caso do Brasil, a disponibilidade do Fabric na região Sul do país reduz a latência e ajuda empresas que precisam manter dados em solo nacional.
Do ponto de vista de custos, o Fabric traz vantagens por consolidar funcionalidades antes espalhadas em vários produtos. Ao invés de pagar (e manter equipes) para um serviço de ETL, outro para data lake, outro para BI, etc., as empresas investem em uma plataforma unificada. Isso não apenas simplifica contratos/licenciamento, mas também reduz custos operacionais de manutenção e integração entre sistemas.
Por exemplo, não há mais a sobrecarga de ingressar/egressar dados entre nuvens ou ferramentas diferentes – operações que costumam gerar custos ocultos de transferência de dados e armazenamento redundante. Com o OneLake central, evita-se múltiplas cópias do mesmo dado para atender diferentes propósitos analíticos, economizando armazenamento e garantindo uma única fonte de verdade. O Fabric também suporta modelos de autoscaling e uso flexível de capacidade.
A rapidez de implantação e a manutenção simplificada também geram economia. Como o Fabric é SaaS, novas funcionalidades são entregues continuamente pela Microsoft sem custo adicional ou projetos longos de upgrade – por exemplo, no último ano foram incorporados recursos como compartilhamento externo de dados, integração aprimorada com Git (CI/CD), suporte a novas regiões, tudo isso automaticamente disponível para os clientes. Isso libera as equipes de TI de tarefas de atualização e compatibilidade, permitindo concentrar esforços em iniciativas de valor.
Além disso, a curva de aprendizagem tende a ser menor por se tratar de um ecossistema coeso; as habilidades em Power BI, por exemplo, agora se aplicam facilmente à exploração de um lakehouse ou à criação de um pipeline, sem ter que aprender ferramentas completamente novas – o que aumenta a produtividade e reduz custos de treinamento. Por fim, ao acelerar insights e automações, o Fabric pode gerar ROI indireto significativo.
Processos que demoravam dias ou semanas para entregar uma análise passam a ser quase instantâneos, reduzindo perdas e melhorando a tomada de decisão. Conforme divulgado, instituições brasileiras que adotam o Fabric esperam acelerar o desenvolvimento de projetos e soluções com maior assertividade e menor custo. Essa combinação de escala elástica + custo otimizado + valor agregado mais rápido faz do Fabric uma escolha economicamente estratégica.
Produtividade e insights estratégicos acelerados
Ao unificar toda a cadeia de dados e analytics, o Microsoft Fabric impacta diretamente a produtividade das equipes e a velocidade com que insights estratégicos são obtidos pelos negócios. A colaboração entre diferentes perfis profissionais torna-se muito mais simples quando todos trabalham em um ambiente integrado.
Por exemplo, um cientista de dados pode publicar um conjunto de dados preparado no OneLake; imediatamente, analistas de BI conseguem descobri-lo no catálogo e criar relatórios com ele no Power BI, sem precisar de complexas transferências ou solicitações de acesso em outro sistema. Todos falam a “mesma língua” de dados dentro do Fabric – compartilhando workspaces, definindo linhas de negócio como domínios de dados com seus respectivos lakehouses, e assim por diante.
Isso incentiva uma cultura de dados colaborativa, onde insights fluem mais livremente através da organização. A padronização de ferramentas dentro do Fabric eleva a produtividade porque reduz o atrito causado por transições de contexto. Em vez de alternar entre múltiplas aplicações e interfaces, os usuários permanecem no portal Fabric para a maioria das tarefas: dali eles conectam dados, modelam, escrevem código, visualizam resultados e configuram automações. Os conceitos são consistentes – um workspace do Fabric contém tudo relacionado a um projeto ou área (pipelines, notebooks, dashboards, etc.), tornando mais fácil gerenciar e localizar ativos. Essa consistência de experiência é destacada pela Microsoft como uma das vantagens principais: experiências intuitivas e unificadas para o usuário em toda a suíte.
Na prática, isso significa menos tempo perdido com tarefas operacionais (como exportar/importar dados entre ambientes, recriar definições de segurança, reconciliar versões de dados) e mais tempo focado em análise e inovação. Além disso, o Fabric incentiva o conceito de self-service BI e analytics de forma segura.
Com governança adequada em vigor, a TI pode delegar a usuários de negócios a capacidade de criar seus relatórios ou pipelines simples, sem perder o controle global. A presença do Copilot e de interfaces low-code empodera usuários menos técnicos a participarem ativamente na geração de insights. Por exemplo, um gestor de vendas regional consegue, ele próprio, ajustar uma regra no Data Activator para receber um aviso quando determinada meta estiver em risco, ao invés de abrir um chamado de TI.
Essa agilidade descentralizada desafoga as equipes técnicas e permite que as decisões sejam tomadas com base em dados de maneira muito mais ágil no dia a dia. Do ponto de vista de insights estratégicos, a capacidade de conectar dados de toda a organização em análises integradas é transformadora.
O Fabric facilita a criação de visões 360 graus do negócio – cruzando dados financeiros, operacionais, de mercado – pois todos eles podem residir no OneLake e serem combinados via lakes, warehouses ou modelos do Power BI sem barreiras. Isso acelera a descoberta de correlações e oportunidades que antes poderiam passar despercebidas em silos.
Por exemplo, uma empresa de varejo pode unir em minutos os dados de lojas físicas (no Data Lake) com comportamento online (streaming de cliques) e com dados externos do IBGE ou redes sociais (via conectores), obtendo uma análise integrada que oriente estratégias omnichannel. A rapidez com que hipóteses podem ser testadas aumenta drasticamente, permitindo aos líderes responder mais rápido às mudanças de cenário.
Não só a velocidade, mas a qualidade dos insights também tende a melhorar. Com o Fabric, é mais fácil implementar analytics avançada – como aprendizado de máquina ou análise preditiva – e incorporar seus resultados nas ferramentas de decisão. Por exemplo, modelos de machine learning criados no Fabric (ou no Azure ML via integração) podem alimentar diretamente dashboards do Power BI com previsões ou recomendações, viabilizando uma tomada de decisão proativa. Conforme a Microsoft destaca, isso representa uma mudança de patamar: as organizações podem migrar de uma postura reativa (baseada apenas em relatórios passados) para uma postura proativa e preditiva, usando algoritmos para antecipar tendências e riscos. E graças à infraestrutura unificada, essas capacidades chegam mais rapidamente às mãos dos executivos – sem os gargalos de projetos longos de TI.
Em resumo, o Microsoft Fabric impulsiona a inteligência empresarial ao proporcionar produtividade elevada das equipes de dados e insights acelerados e aprofundados para o negócio. A combinação de unificação tecnológica, IA integrada e governança robusta cria um ambiente onde a inovação baseada em dados floresce. Para as empresas brasileiras, isso significa ter uma base moderna para competir na economia de dados: uma plataforma única que orquestra dados, pessoas e processos inteligentes rumo a decisões mais embasadas, rápidas e estratégicas – fator cada vez mais decisivo para o sucesso corporativo no cenário atual.